ASSUNÇÃO
VISITASTE-ME quando eu estive doente. E no choro, as tuas lágrimas acompanharam os meus prantos. Foi então que naquele instante, pude sentir a presença de Deus. Do anjo, a quem não posso me ajoelhar; o Conservo é quem em sua assunção pode me trasladar, sim me arrebatar. Em seu diadema, diversas pedras brilhavam; e em seu olhar um sorriso se expressava. O seu perfume espalhava-se por toda minha alma. Do meu anjo a quem não posso me ajoelhar; o Conservo é quem em sua assunção pode me trasladar.
Cuidastes de mim, enquanto o meu pai esteve ausente. O Livro Sagrado, abristes e com a tua suave voz me consolastes. Do meu anjo a quem não posso me ajoelhar; o Conservo é quem em sua assunção pode me trasladar.
Quando eu me dirigi para minha Casa, temestes o pavor repentino da minha ira. Mas perdoando-me fostes me ver. Porém, o meu semblante achava-se triste; e tu, que procuravas contemplar a minha alegria, lembrava-me de sua humilde mãe. Do meu anjo a quem não posso me ajoelhar; o Conservo é quem em sua assunção pode me trasladar.
Unimo-nos as nossas frontes; e com os olhos fechados outra vez chorávamos. Por muitas vezes, me abraçastes, e eu não queria te largar. O Sol que em seu ocaso desaparecia no horizonte, me fazia ver aos poucos, somente a imagem do seu silêncio; como no passado tinha te conhecido.
Na carruagem de meu pai e na escuridão da noite, não mais avistei a tua luz. Apenas as últimas palavras que pude escutar de ti, foram: “Os teus cabelos estão grandes”. Enquanto conversava contigo, dizia eu: Medo tenho de lhe perder de novo como no princípio aconteceu. O Anjo a quem não posso me ajoelhar; o Conservo é quem em sua assunção pode me arrebatar, para nas nuvens o meu Deus adorar. LOUVEM A DEUS!!!
PABLO DUARTE
