terça-feira, 18 de janeiro de 2011

As Águas






DESEJO CONFESSAR para esta Congregação, o quanto a minha alma têm se afligido por causa de algumas coisas que têm deixado agitada a minha confiança em meu Deus. Os homens mais experientes entre os filhos dos gentios ordenaram-me que eu pusesse a minha mão nas águas; mas eu tenho perguntado a mim mesmo: Que sorte terei se colocar a minha mão por sob as águas? E até quando os meus dedos ficarão estirados? Como está escrito: “Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do tumulto dos que praticam a iniqüidade. Os quais afiaram as suas línguas como espadas; e armaram por suas flechas palavras amargas”....¹ Dentre estes, há aqueles que ainda me confortam dando-me esperança; mas nem isto está me deixando feliz. Porque os rumores maus nos sobrevem como um relâmpago que atravessa o Firmamento de uma a outra extremidade da terra. Como está escrito: “Fazem indagações maliciosas, inquirem tudo o que se pode inquirir; até o íntimo de cada um, e o profundo coração”.² Pois, o que eles sabem sobre o meu íntimo? Só porque possuem tal conhecimento, tem eles almejado em esquadrinhar o mais profundo e escondido íntimo de Deus. Como está escrito: “Para de lugares ocultos atirarem sobre o que é reto; disparam sobre ele repentinamente, e não temem”.³

Outra vez pergunto: Que sorte terei colocando a minha mão por sob as águas? E até quando os meus dedos ficarão estendidos? Se a minha própria cura depende agora de mim, porque eu submeter-me a tais sacrifícios? Creio que o meu Deus fará maiores coisas por mim, e muito mais do que aquilo que em meu pensamento tenho imaginado; como está escrito: “O Senhor prova o justo”... 4 E não há nada mais atormentador do que esperar por algo que não vem. Se tudo isso tem feito com que a minha alma ficasse triste, digo com verdade, que sim; porque o que tenho dito nada mais é, que as figuras com que tenho visto em meus sonhos como que em visão se contemplasse. Como está escrito: “Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente”. 5 Na verdade, tenho bebido mais água que mergulhado a minha mão nela. Os que a mim, me cercam, tem estado tão longe do que perto. A minha alma tem ficado tão só que apenas os estranhos é que têm me aconselhado e me trazido alegrias. Os meus amigos!? Onde estão eles? Estão pensando em si mesmos; e certo estou que nem se lembram do meu nome. Talvez tenham me visto de longe e me dado saudações. Contudo, nada disto aconteceu. Só alguns poucos que têm honrado a mim, com suas considerações que só na hora da morte, é que se lembram de chorar.

Pode ser que nestas profundas águas, eles tenham se submergido e tornado turva as suas vistas, e por isso não dado a devida atenção aos outros. E por conseqüências, tenham deixado morrer aqueles que clamavam por salvação.

Eu mergulharei a minha mão nas águas até que ela sare; e tão somente contemple as Maravilhas de Deus fluir em meu braço. Colocarei em contrição a minha alma, para que medite eu nos feitos do Senhor. Em minha cama quero descansar e esquecer que este Século existe. Com grande persistência Deus me fará esquecer da dor que ainda prende os meus dedos e os conduzirão a fechar como também a abrir sem que eu mesmo perceba. Então louvarei ao Senhor e bendirei o Seu nome para sempre. Mas como queria provar aos que lhes faltam a fé que o meu Deus é Poderoso em fazer Maravilhas e tremendo em Autoridade.
Mas isto está longe de mim, como o Céu da terra. Eu me lavarei nas águas e farei cessar com o auxílio de Deus as minhas dores. E serei ungido pelo meu Senhor e consagrado para qualquer boa obra. Porque se até aqui tenho conseguido superar as minhas angústias, porque não poderei resistir as seguintes? E se Deus me ajudou até aqui, não estará comigo também até o fim? Eu erguerei a minha voz para louvar ao meu Senhor; cantarei hinos de júbilo ao meu Deus. Levantarei um louvor de gratidão ao Altíssimo e somente ao meu Senhor Jeová prestarei Culto. Como está escrito: “Os campos cobrem-se de rebanhos, e os vales vestem-se de trigo: por isso eles se regozijam e cantam”. 6 Não cessarei o meu louvor ao meu Deus. Dobrarei os meus joelhos e adorarei ao meu Rei. Levatarei as minhas mãos aos Céus e cantarei ao meu Deus uma nova canção. Volverei os meus olhos para contemplar a Sua face; a face de Deus contemplarei; como está escrito: “O teu Deus ordenou a tua força: Confirma, ó Deus, o que já realizaste por nós”. 7 Se o reino do meu Senhor não está longe de mim, e se consagrado estou, do que tenho que temer? Como tenho dito antes: “O meu maior temor é temer em me afastar de meu Deus”. Porque afastando-me submergirei e submergindo chegarei a perecer longe do meu Deus. Pois, jamais quero pensar que isto possa acontecer comigo; porque amo o meu Senhor e desejo mais que a minha própria alma em permanecer perto do meu Deus. O Mundo nada mais é, que um vasto deserto onde não têm o que oferecer. Um lugar morto onde nem o Sol consegue trazer a vida, o que os ímpios mais almejam. Mas o Senhor poderia ter mostrado os Seus prodígios, não fosse a rebeldia de Moisés. Ele e seu irmão submergiram e por causa da sua ira, não entraram na terra de Canaã. Como está escrito: “Aquele que vai montado sobre os Céus dos céus, desde a antigüidade; eis que envia a Sua voz, dá um brado veemente”. 8 Porque já ouvi uma jovem me dizer: “O homem que não se aperfeiçoa, a si mesmo se imperfeiçoa”. Os homens, já foram avisados do Dilúvio, mas como dantes, não ouviram a voz dAquele que os advertia. Mas perante tudo isto, pedirei ao meu Deus, que não retire ainda a Sua mão de sobre o Seu povo. Porque enquanto houver água limpa me banharei e serei restabelecido da minha mão. LOUVEM A DEUS!!!






1) Salmos 64:2-3

2) Salmos 64:6

3) Salmos 64:4

4) Salmos 11:5

5) Salmos 16:11

6) Salmos 65:13

7) Salmos 68:28

8) Salmos 68:33



PABLO DUARTE





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