segunda-feira, 25 de março de 2013

O Retorno do Escritor






JÁ ESTIVE por muito tempo sem registrar em minhas Epístolas o que penso do meu Deus. Mas aqui estou eu com a minha pena destra, a divulgar todos os feitos do Senhor.


Porém, o que registrarei em minhas Cartas? Direi o que tão somente é necessário para a vossa meditação e também para o meu próprio gozo. Se não já desistirdes de lerdes as minhas Epístolas, bom e agradável é para mim, que aqueles que a lêem, retenham de bom o que vos ensino, como se vós mesmos assim quisessem colocar-se dentro dos exemplos que cito retendo para mim as vossas aflições.


Não quero de modo algum, que vós  se sintais ofendidos pelas coisas que vos digo; mas são verdades que têm que ser ditas não a vós, mas aos anciãos da Casa de Israel. Eles, sim, são os que devem ser repreendidos por entender que o Senhor consente com tais práticas abomináveis dentro do Templo dos quais eles incentivam até quem as fazem omitindo o bem esquecendo-se de Deus. Como está escrito: “Não venha sobre mim o pé dos soberbos, e não me mova a mão dos ímpios. Ali caem os obreiros da iniqüidade; cairão e não se poderão levantar”. ¹


Não fiqueis vós constrangidos, porque Deus é convosco; e se porventura tenho ferido alguém, perdoem-me, pois, também eu sou um homem sujeito aos mesmos erros. Disse um Sábio: “A finalidade de todas as nossas obras é o amor”.... ² E é portanto pelo amor que Deus tem para convosco que a nada vos deixa faltar.


Mas a minha vinda é justa, para que pelos meus escritos se convertam os soberbos e tornem-se humildes os poderosos do Mundo. Quanto a vós, não tenho mais nada a tratar senão que honrem a Deus de todo o vosso coração e com todas as vossas forças e segundo o vosso entendimento; como está escrito: “Então a terra dará o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, nos abençoará. Deus nos abençoará, e todas as extremidades da terra O temerão”. ³


Rendei Glórias a Deus porque Ele é digno de louvor. Disse uma Sábia: “Caso tenhais hábitos extravagantes, afastai-os imediatamente de vossa Vida”. 4 É por homens serem tão orgulhosos que esquecem da humildade e se glorificam na grandeza. Eles ouvem os gritos dos pobres, mas não escutam; por isso que contra eles está escrito: “O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, também clamará e não será ouvido”. 5 Agora, eu vos pergunto: Quem me impedirá de dizer todas estas verdades que vos tenho dito? E quem encerrará o meu discurso? Há quem me acuse de pecados que não os cometi; e há quem passe por puro diante de justos, para enganar os inocentes.


Mas se todos lessem o que escrevo nas minhas cartas, por um momento veriam que eu não sou o que dizem que eu sou. Não expresso a minha revolta, e nem tão pouco a minha alegria, mas por parábolas digo o que outros tem pensado das coisas que tem conturbado o Mundo quanto ao que os tais tem a mim, me declarado. Aqui prego a verdade que só quem conhece o segredo dos homens me inspira para delas zelar por seus nomes e tornar-se parte de meus Salmos. Porque eu estou aqui, para quebrar o silêncio dos que choram calados, dos prantos não enxugados, da dor não poupada, do auxílio negado, da confissão não compreendida, do abraço fingido, da atenção não atribuída, do clamor não ouvido, da traição cometida, da fome não saciada, da esmola não dada, da soberba glorificada, das vestes não doadas, de vidas não resgatadas, de irmãos esquecidos, do sorriso enganoso, da honra desonrada, do socorro ignorado, das aflições não amenizadas, do orgulho de uma mesa farta, da grandeza exaltada, do tempo perdido, da graça não lembrada, de teorias fracas, de presos não visitados, dos que morrem por não oferecerem nem que fosse um copo de água fria, das lágrimas não vistas, do amor reprimido, da companhia banida, da compaixão não demonstrada, da esperança demorada, de um presente frustrado, de um testemunho falso, de uma bênção presunçosamente declarada, de uma aliança mal arranjada, e que dentre todas estas nenhum pecado falta. Como está escrito: “Abominação é para o Senhor todo o altivo de coração; ainda que ele junte mão à mão, não ficará impune”. 6


Mas eu escreverei das Maravilhas de Deus e anunciarei a todos os homens da Sua grandeza. Por isso que registro os meus Salmos para que todo o povo veja quem é o Senhor do Universo. Louvarei a Deus e a Ele darei graças de coração pelas preces respondidas. Ele sim, é digno de todo o louvor; digno de toda a honra e a Glória.


Eu escreverei em meus Salmos sobre tudo aquilo que me faz bem; pois, o meu maior bem é o Senhor Deus do Universo; como está escrito: “As benignidades do Senhor cantarei perpetuamente; com a minha boca manifestarei a tua fidelidade de geração em geração”. 7


A minha pena destra esta de volta para contar do que o Senhor Deus fez e fará; Ele é a minha salvação. Pois, quando estou triste, escrevo as melodias que me alegram e canto com o coração da imensidão do amor do Eterno. Como está escrito: “O Senhor ama as portas de Sião, mais do que todas as habitações de Jacó”. 8


Se eu que sou de Deus tenho aflições a enfrentar, quanto mais aqueles que não O conhecem? É para esses que não tem esperança que escrevo, para que lendo as minhas cartas voltem a ter esperança no Deus o qual é capaz de remover todo o Céu para nos auxiliar. E diante de todas estas coisas, digo a todos vós: Louvem a Deus! LOUVEM A DEUS!!!







1) Salmos 36:11-12

2) Santo Agostinho – Fonte: Agostinho de A a Z pág. 46

3) Salmos 67:6-7

4) Ellen G. White – Fonte: Administração Eficaz pág. 37

5) Provérbios 21:13

6) Provérbios 16:5

7) Salmos 89:1

8) Salmos 87:2


PABLO DUARTE

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