quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O HOMEM DA MÃO 
MIRRADA



EU VI Cafarnaum ser erguida por Deus; vi também Betesda levar o seu leito num dia de Sábado; vi Jericó voltar a ver as Maravilhas do Senhor. Vi a Galiléia que andava curvada endireitar-se ao pôr Deus as Suas mãos sobre ela; vi Decápolis que não falava e nem tão pouco ouvia, o Senhor fazê-la sair de seu silêncio.
Eu também vi Jeová pronunciar a Sua sentença contra Corazim, Betsaida e a própria Cafarnaum que tornaram-se impenitentes diante da grandeza do próprio Deus dizendo: “Porém Eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo do que para ti”. ¹


Como de costume sempre aos Sábados estava presente na Sinagoga para tão somente adorar ao meu Deus. Os anciãos me desprezavam e além disso, tive que suportar suas pregações, pois, se eu não as aceitasse o que eles diziam, certamente iriam me repreender. Ainda vi a aberração que aqueles que me cercavam faziam contra mim. E aqueles que divulgavam as Maravilhas de Deus corriam com grande alegria louvando ao Senhor. Cada um deles tinha um louvor em sua boca. E por saber disto, entendi que o meu Deus estava presente em minha Cidade, na minha Cafarnaum. Por trinta e quatro anos estive padecendo a agonia da rejeição dos homens e dos sábios de Israel. Por um momento todos aqueles que olhavam para mim, me conheciam como um homem da mão aleijada. E como alguém que não é nada, assim fui eu considerado.
Mas nenhum deles poderia me impedir de falar aos humildes do meu Senhor Deus e de Suas grandes Maravilhas. Nas festas, sempre convidava meus amigos, meus irmãos e parentes, até mesmo vizinhos ricos. Contudo, sabia em meu íntimo, que todos eles eram os mesmos que a mim, me estorvavam e me desprezavam. Esses, na verdade eram amigos de seus amigos quanto a mim, não tinha ninguém com quem pudesse expressar toda a minha alegria e tristeza senão com o meu Deus. E trancado em meu aposento, em silêncio depositava nas mãos do Senhor todas as minhas angústias. De modo algum perdi a minha fé no meu Deus e nem tão pouco fui infiel nos dízimos e ofertas. Mas sempre fui tratado como um louco que faz doidices. A minha cama a noite, amanhecia molhada por causa das minhas lágrimas e que só o meu Senhor sabia o motivo. Vi e contemplei o quão abandonados os pobres eram pelos escribas e quanto os fariseus pagariam no dia do juízo por não estender a mão a um aflito. E outra vez como de costume me apresentei na Sinagoga.
O tumulto havia descido no Templo; então pedi silêncio a toda a Congregação. Um homem queria esbofetear-me por isso, e repreendido fui por um dos anciãos. Porque sabia que nada tinha feito para propagar prejuízo aos que buscam ao Senhor.
Outra vez como de costume, aos Sábados apresentava-me na Sinagoga. E então o homem que estava perante o altar ordenou-me dizendo: “Levanta-te e vem para o meio”.²
E depois Ele outra vez me ordenou dizendo: “Estende a tua mão”.³ Então eu a estendi e ficou sã como a outra. Depois disto, Ele assentou-se comigo e disse-me: “Toda a planta, que Deus não plantou, será arrancada. Deixai-os: São condutores cegos: Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova”. 4 E disse-me mais: “Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos, e serás feliz; porque eles não têm com que te recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos”. 5
Depois disto nunca mais vi o meu Senhor, pois, cada um foi para o seu caminho. Mas jamais esqueci do conselho que a mim me deu e que apregoei a todos os homens que naquele dia não mais me reconheciam como o HOMEM DA MÃO MIRRADA. LOUVEM A DEUS!!!

1) São Mateus 11:24

2) São Marcos 3:3

3) São Marcos 3:5

4) São Mateus 15:13-14

5) São Lucas 14:12-14.



                                  PABLO DUARTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário